terça-feira, 28 de maio de 2013

Versalhes através do Espelho.


Desde quinta, ou sexta, creio eu, estou sensível.
Não sensibilizado, sensível, eu digo. Afirmo, melhor dizendo.
Paris está estranha, confusa, com uma neblina intensa. Os ares da primavera estão meio tempestuosos,
ao passo que se fazem brisa a acalentar e a atormentar corações alados.
Foram dias tumultuados. Todos vieram me ver.
Rei Branco e sua Rainha Branca, a Rainha Vermelha, o Grifo,
o Humpty Dumpty, a própria Alice, o acendedor de lampiões,
Tweedledum e Tweedledee, Cinderella, Bela Adormecida, o Chapaleiro, a Lebre de Março,
o Caxinguelê, a Raposa, a Duquesa, o Cavaleiro de Sagitário, Chelshire, foram tantos...enfim, estou vivo.
Me fizeram bem, eufórico, mas pairava o medo das
Rainhas de Copas e Bunckingham, comparecerem.
Não saberia reagir a elas. /// Minto.
Saberia sim, reverências, pois a fantasia de princesa ainda impera,
mas, a educação iria pairar no ar. Sim, ser educado e gentil, sempre,
com qualquer pessoa, mesmo que sejam as temidas rainhas. Afinal, um dia o salto quebra e elas despencarão. Espero que não se machuquem muito.
Faltava alguém. Faltava a moça do cesto de doces. Chapeuzinho, faltou você em meio nessa polvorosa festa em Versalhes. Mas nem pense que esqueci de ti, meu passarinho verde. Você foi outro personagem a fazer falta. Só não me peça para aceitar seus motivos.
Sentirei sua ausência, pelos dias primaverísticos, ou quaisquer sejam eles em todas as estações, que se arrastam e brotam em Paris.
Até aí, estaria tudo bem se a Rainha Branca e o Leão não saíssem de Nárnia.
Ela, por um aviso, mexera tanto comigo, que me deixara desconcertado.
Ele, por ressurgir, depois que eu sairá de lá, às duras penas, reaparece,
jurando amizade, companheirismo, e o pior, auxílio e apoio.
Tenho de confessar, eu e o Leão há tempos não nos damos bem.
Não temos nenhuma ligação, mas mesmo assim, não há amizade.
Lutas, feridas adiquiridas de suas garras e mordidas em meu ser, acabaram comigo.
O trauma, acompanhado da vacina, são enormes, me deixa atordoado e
despreparado, em pânico, eu afirmo, ao me deparar com sinais próximos
do Leão em outro seres de Nárnia, através do espelho.
Devo confessar, novamente, nem sei ao certo mais, se antes, aqui, havia confessado algo,
enfim, confesso-lhe que a Rainha Branca de Nárnia mexeu muito mais comigo do que o Leão.
Estou angustiado, tomarei meu ansiolítico.

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