quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Paris está tão atordoada,
com um emarenhado de pessoas,
com idas e vindas, subidas e descidas,
oscilações e transformações
que palpitam os seres tranquilos e
estão em uma órbita externa à dela.
É tanta gente, são tantas pessoas
que resolveram desembarcar por cá,
que, de repente, passaram-se
haver congestionamentos sanguíneos,
corpóreos, emocionais, lacrimais,
sudoreses, enfim, até mesmo os transitais.
É tanta liberação de gás carbônico de uma vez só,
que a concentração do mesmo
extrapolou o limite esperado para todo o ano.
O gás letal, à saúde humana parisiense,
tem sido exalado tão fortemente e tão concentrado,
que adentrada os alvéolos humanos,
gerando a mortandade dos pulmões de quem ainda
tinha uma breve esperança de viver.
O resultado é uma terrível sensação e certeza
de sufocar aos poucos, ou pior, sufocar rapidamente,
com acréscimo repentino de angústia,
que vai atacando os demais órgãos humanos,
causando o desespero cerebral, levando a óbito.
A asfixia é a pior morte.
Você toma consciência da falência múltipla de seus órgãos,
do quanto cada parte de ti vai parando, lentamente,
de obedecer aos seus comandos,
ao passo que tudo acontece de maneira rápida,
o ar vai te faltando instantaneamente,
ele se vai de segundo a segundo,
como se o tempo nunca terminasse.
Paris está morrendo sufocada. Chega de turistas!

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