quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Tem dias em que você só existe.
As pessoas insistem em perguntar como você está,
e a única resposta a dar, é que você não vai. Você passa.
Sim, você passa. Os dias vão passando, morrendo e nascendo, um após o outro,
e você acompanha o ciclo evolutivo, ou melhor, o ciclo se fechando.
No seu ciclo só há fechamentos, nada se abre ao novo, nada se renova, nada vive.
Você só existe, apenas um por um acidente de percurso.
Isso mesmo. Naquele acidente trágico, em que milhões de pessoas morreram,
por um acidente de percurso, você não estava entre elas.
Sua morte de nada mais serviria para o seu descanso.
Não é algo em que você perde seu tempo planejando. Não! De forma alguma.
Você só quer um descanso profundo e eterno. A solução pra isso? Morrer, oras.
Mas até para morrer, você não tem sorte.
Na sua vida não há nada, muito menos a sua morte.
Você não está, não vive, nem talento pra morrer, você tem, seu imprestável.
Você vaga, divaga, paira. Você vegeta. Você veta a si próprio. Você...
Nem vocação para um pronome, tens cacife.
Não existes! Aceitas!

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